quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Seminário-Prometeu

Literatura Dramática

Seminário – “Prometeu Acorrentando” de Ésquilo –

Professora – Cecilha Gusmão Wellisch

Trabalho desenvolvido por

André Mansur,Rafael Rodrigues,Eric Meireles e Roberto Braunschweiger

Considerando que somos o primeiro grupo a apresentar um texto trágico dentro do programa de seminários, acreditamos que seja importante apresentar os principais elementos desse gênero e identificá-los em "Prometeu Acorrentado", de Ésquilo.

O primeiro traço a ser destacado é a Hybris, que se define como o sentimento que conduz o herói trágico à violação da ordem pré-estabelecida. Na peça em questão, Prometeu rompe com as regras impostas por Zeus ao entregar aos mortais o fogo do conhecimento, da criação, retirando tal possibilidade do domínio exclusivo dos deuses. A partir daí tem-se o Ágon, que é justamente o conflito decorrente da violação da ordem (Zeus x Prometeu), pois a atitude de Prometeu desperta uma fúria sem precedentes em Zeus e, consequentemente a punição severa do acorrentamento de Prometeu.

O sofrimento decorrente da punição de Zeus sobre Prometeu é denominado Pathos.

É a Ésquilo que a tragédia grega antiga deve a perfeição artística e formal, que permaneceria um padrão para todo o futuro. Como seu pai pertencesse a nobreza proprietária de terras Eleusis, Ésquilo tinha acesso direto a vida cultural de Atenas. Em 490 a.C. participou da batalha de Maratona, e foi um dos que abraçaram apaixonadamente o conceito da polis. Sua lápide louva a bravura dele na batalha, mas nada diz a respeito de seus méritos como dramaturgo.

Ésquilo ganhou os louros de vitória na ágon teatral somente após diversas tentativas. Sabe-se que ele começou na grande dionisiástica em 500 a.C. com tetralogias, a unidade obrigatória de três tragédias e uma peca satírica concludente. Os registros não nos contam que trabalhos ele inscreveu no concurso quando foi derrotado por Pratinas e Coerilo; toda a sua obra anterior a 472 a.C., quando Os Percas foi encenada pela primeira vez, esta perdida. De acordo com cronistas antigos Ésquilo escreveu ao todo noventa tragédias; destas, setenta e nove títulos chegaram até nós, mas dentre eles conservaram-se apenas sete peças.

Em Os Percas, Ésquilo dedicou-se a um tema local que havia sido tratado quatro anos antes, por Frínico em sua famosa As Fenícias. Deliberadamente convidava a comparação com a obra anterior ao começar Os Percas com o primeiro verso de As Fenícias. Com essa trilogia , seguida pela peca satírica Prometeu, o Portador do Fogo, Ésquilo ganhou o primeiro premio. A Péricles, então com vinte e cinco anos, coube a honrosa tarefa de premiar o coro.

Os componentes dramáticos da tragédia arcaica eram um prólogo que explicava a historia previa o cântico de entrada do coro, o relato dos mensageiros na trágica virada do destino e o lamento das vítimas. Ésquilo seguia essa estrutura. A princípio, ele antepunha ao coro com dois atores e, mais tarde, como Sófocles, três.

O plano de fundo intelectual de Os Persas é a glorificação da jovem Cidade-Estado de Atenas, tal como é vista da corte real da Pércia, que fora derrotada em Salamina. Quando Atossa perguntou ao Corifeu: “Quem rege os Gregos? Quem os Governa?”, a resposta expressa o orgulho do autor pela polis ateniense: “ Eles não são escravos, não tem senhor”.

O que Atossa, Antígona, Orestes ou Prometeu sofrem não e um destino individual. Sua sorte representa uma situação excepcional, o conflito entre o poder dos deuses e a vontade humana, a impotência do homem contra os deuses, amplificada num acontecimento monstruoso. Isto irrompe em sua força mais elementar em Prometeu Acorrentado. O filho dos Titãs, que roubou o fogo dos céus e trouxe para os mortais, eleva o seu lamento na “abóbada resplandecente” sobre a arena do teatro: “ Eu invoco, o venerável Mãe Terra, e invoco a ti, circulo de chamas onividente: vê o que eu sofro, eu próprio um deus, nas mãos dos deuses!”

O grito de tormento proferido pelo Prometeu de Esquilo, ergue-se acima das forcas primordiais da antiga religião da natureza: “ A mim, que me apiedei dos mortais, não me foi mostrada nenhuma piedade”. Dois mil e quinhentos anos mais tarde, Carl Orff o converteu no herói principal de um drama musical exótico, quase arcaico, que confronta a paixão divina com a paixão humana. Historiadores da religião estabeleceram uma conexão entre o sofrimento primordial do Titã e a revolta de lúcifer até a Redenção do Cristo – um exemplo que mais uma vez demonstra aquilo que frequentemente tem sido expresso no teatro: “Os pressentimentos pagãos muitas vezes penetram com estonteante profundidade e certeza na realidade histórica ulterior” (joseph Bernhart).

“O Prometeu acorrentado” segue o mesmo destino de outros deuses que ao tentar partilhar o fogo da vida e o poder da criação é castigado á uma pena eterna. Se rebelando e afrontando Zeus. Podemos citar o Mito de Sisífo de Alberto Camus como exemplo parecido. Nesse mito, Sisífo foi condenado a empurrar eternamente uma pedra até o topo de um monte apenas para vê-la rolar até embaixo novamente. Uma metáfora bem atual. Para os dias de hoje. Estamos presos em vidas fúteis, sem esperança e repetitivas. Justamente o que Zeus, (a sociedade predominante detentora do poder) quer. A lenda diz que Sisífo se rebelou contra os deuses e tentou roubar os seus segredos. Outra lenda traz que Sisífo conseguiu prender a morte em cadeias e que foi punido por isso. Camus em seu mito indaga; O que é a vida? A vida nada mais é do que carregarmos uma imensa e pesada rocha penhasco acima para depois rolar com ela, para depois subir novamente e rolar de novo. Qual a motivação? O sentido para subir novamente sabendo que se vai descer? Qual o apego que se tem com sua pedra? Só cabe a cada um de nós saber. Só cabe a cada um saber o modo como se sobe com sua pedra rumo ao penhasco a cada dia.

Acorrentado e preso a pedra assim Prometeu está. Demonstrado por Ésquilo a necessidade do castigo com a imobilidade, cravado em uma rocha. Com um castigo eterno como a de Sisífo e sua pedra.

Ao romper com uma ordem dita como “natural” prometeu é posto a pena de castigo. Quais castigos nos colocamos? Quando somos Zeus de nós mesmo? Talvez sejamos nosso maior ditador quando nos deparamos com a verdade inexorável da nossa vida e nesse exato momento preferimos nos cegar diante de nós mesmo, ou fugir e driblar. Nosso maior inimigo somos nós diante de nós.

Prometeu – Graças a mim os homens se apegaram á vida. Alguns pelo conhecimento, até mesmo perderam o medo da morte. E inventaram a dignidade, a liberdade e tantos outros valores...

Nesse trecho podemos entender o sentindo de igualdade que tentava Prometeu fazer. Em dar aos mortais o que somente os deuses tinha. Em “Assim falava Zaratustra” Nietzsche faz uma reflexão do que seria o último homem ou o super-homem que é o que Prometeu almejava dando a possibilidade dos mortais o fogo da verdade.

“Olhai! Vou mostrar-lhes o último homem. Que é amor? Que é a criação? O que é um desejo ardente? O que é uma estrela? Isso pergunta o último homem e pisca os olhos”

Zeus fica incrédulo ao ver a grande crença de Prometeu, mesmo acorrentado à rocha e com seus discursos proféticos. Igualmente a Sisífo que transcende sobre os deuses. Camus vê em Sísifo não a imagem de um trabalho duro, cansativo e incessante, mas a de um homem alegre que reconhece que seu destino lhe pertence. Ele e somente ele pode determinar a essência da existência. Camus termina seu ensaio com Sísifo no pé do monte, preparado para suportar exercício tortuoso e inútil de rolar a pedra monte acima uma vez mais, mas Camus não vê Sísifo como atormentado, castigado; pelo contrário, ele vê Sísifo feliz. Feliz porque descobriu o segredo da vida?

A crença faz de Prometeu um super-homem e dessa maneira ele deseja que existam outros super-homens. Nós mortais, carregadores de pedras diariamente.

RELAÇÃO ENTRE OS PERSONAGENS

Poder, violência, Hefesto, Prometeu:

Vemos que Poder e Violência são personificações de características de Zeus, como que se fizessem presentes apenas no pensamento de Hefesto, como uma voz que diz o tempo todo o que deve ser feito. Hefesto vive nele próprio o dilema de não poder fazer o que diz seu coração e ir contra o que pensa ser correto para cumprir o dever que foi a ele submetido, acorrentando assim seu parente, deus como ele, e amigo.

Prometeu-Ninfas:

É nessa hora que surge um elemento bastante utilizado nas tragédias que é o Coro. Neste momento a visão do povo é representada. Mais uma vez a façanha do protagonista é contada e a insatisfação do povo (Ninfas) atua como uma confirmação sobre o absurdo que é cometido com Prometeu.

Prometeu- Oceano:

O que é interessante neste trecho é o fato de Oceano e Prometeu serem amigos e a maneira sarcástica pela qual Prometeu responde a ajuda que diz oceano estar disposto a prestar ao seu amigo.

Prometeu - Io:

A jovem surge para confirmar a prepotência dos deuses em destinar castigos aqueles que não atenderem aos seus desejos.

Prometeu - Hermes:

Mais uma vez Zeus é representado e entra novamente em evidência a subordinação.

Nos dias de hoje somos submetidos a um poder que cerceia nossas vontades e delimita nossa liberdade de expressão. COMO ENCONTRAR O NOSSA CAMINHO DE VOLTA PRA CASA?NOSSA MORADA. NOSSO CORPO. NOSSA LIBERTADE.CAMINHO ESSE QUE ÉSQUILO NOS PROPÕE AO ESCREVER ESSE TEXTO ESSE PERSONAGEM.PROMETEU.

O tema central da peça é a Subversão.

Comentem e questionem.

Um comentário:

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